A formação médica no Brasil inicia, em 2025, uma mudança histórica com a implantação do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed). A nova prova irá substituir e unificar dois instrumentos até então separados: o Enade, responsável por aferir a qualidade do ensino superior, e o Enare, que selecionava candidatos para programas de residência médica.
A iniciativa, conduzida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), faz parte de um movimento do Ministério da Educação (MEC) para modernizar e aprimorar a avaliação dos futuros médicos no país.
O Enamed surge inspirado em modelos internacionais consolidados, como o United States Medical Licensing Examination (USMLE), utilizado nos Estados Unidos como parâmetro para aferir as competências técnicas e práticas de estudantes que estão concluindo a graduação em Medicina. A ideia é garantir uma análise mais integrada à formação do estudante, reunindo critérios de qualidade acadêmica, domínio de conteúdos teóricos e habilidades práticas essenciais para a atuação médica.
Mais que uma prova: o que muda com o Enamed
A partir de 2025, a prova será obrigatória para todos os formandos em Medicina e passará a compor o histórico escolar individual, diferentemente do Enade, que tinha caráter mais institucional. Essa mudança, segundo especialistas, tem potencial para influenciar de forma direta a trajetória acadêmica e profissional dos futuros médicos, impactando processos seletivos para residência médica, bolsas de pesquisa e outras oportunidades na área.
Para se preparar para essa nova etapa, o curso de Medicina do UniFOA tem adotado estratégias específicas que aliam a preparação para a residência com a preparação para o Enamed. “Estamos criando momentos de reflexão, revisão de conteúdos e definição de novas metas junto aos alunos. Queremos que eles se sintam parte ativa desse processo, não apenas como candidatos a uma prova, mas como protagonistas de sua formação e inserção profissional mais qualificada”, reforça o coordenador.
O professor Júlio Aragão destaca ainda que, historicamente, os estudantes do UniFOA demonstram grande comprometimento com o curso, e essa mudança também é uma resposta institucional para fortalecer esse vínculo. “Sempre tivemos alunos muito comprometidos com a instituição, e agora mostramos que também estamos comprometidos com eles, oferecendo condições para que tenham melhor preparação. Acreditamos que essa postura vai refletir em maior engajamento e, consequentemente, em um desempenho que valorize ainda mais a qualidade do nosso curso”, afirma.
Impacto no histórico e na carreira
O Enamed deverá ser realizado em etapas, com a previsão inicial de aplicação de provas teóricas e, futuramente, avaliações práticas para aferir competências clínicas. Essa estrutura busca aproximar a realidade brasileira das diretrizes internacionais, estimulando a formação de médicos mais preparados para lidar com os desafios da prática médica contemporânea, como o atendimento humanizado, o raciocínio clínico complexo e a atualização constante de conhecimentos.
Outro aspecto relevante é que o desempenho dos alunos no Enamed servirá como indicador nacional de qualidade dos cursos de Medicina, funcionando como ferramenta de transparência para a sociedade e para os órgãos reguladores. Para os formandos, a nota poderá se transformar em diferencial competitivo importante ao ingressar em processos seletivos para residência médica ou outros programas de especialização.
“O Enamed representa uma mudança de paradigma, na qual cada estudante precisa entender que o esforço individual não é apenas um dever, mas também uma oportunidade de se destacar. Ao mesmo tempo, a instituição assume o compromisso de oferecer condições concretas para que esse desempenho seja cada vez melhor”, resume o coordenador Júlio Aragão.
Com aplicação prevista já para outubro de 2025, o Enamed promete dar mais transparência e objetividade à avaliação dos cursos de Medicina em todo o país, fortalecendo ainda mais a formação de profissionais preparados para os desafios da saúde.