Fruto de um projeto de extensão do curso de Educação Física do UniFOA, coordenado pelos professores Cássio Martins e Silvio Vilela, com participação ativa dos alunos da disciplina Práticas Corporais de Aventura, o Zoológico Municipal passará a contar com a cadeira Julietti, importante na promoção da acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
A cadeira foi originalmente criada por um casal de engenheiros e montanhistas após o diagnóstico de uma doença degenerativa na esposa, que passou a ter limitações motoras. Determinado a continuar realizando trilhas com ela, o marido desenvolveu um modelo específico para terrenos acidentados. Hoje, a cadeira Julietti é patenteada e distribuída para parques e espaços naturais em todo o Brasil, com o propósito de ampliar o acesso à natureza e ao esporte.
Em Volta Redonda, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico recebeu unidades da cadeira, mas enfrentava dúvidas sobre como aplicá-las de maneira eficiente. Durante uma vivência no zoológico com um cadeirante, foi percebido que a cadeira, além de facilitar o deslocamento, proporcionava uma experiência de visitação diferenciada: permitia melhor visualização dos animais, muitas vezes comprometida nas cadeiras convencionais por conta da altura dos muros de proteção.
A partir dessa percepção, a Secretaria procurou o professor Cássio, que, junto aos alunos, assumiu o desafio de criar um material educativo acessível e funcional. “A ideia foi desenvolver um manual com linguagem simples, vídeos explicativos, QR codes e recursos de acessibilidade como audiodescrição e Libras”, explicou o docente.
A produção passou por várias etapas: testes da cadeira no campus do UniFOA, ensaios com pessoas de diferentes perfis físicos e gravação de vídeos com apoio de professores de Design e da professora Andrea, responsável pela acessibilidade do conteúdo.
Os alunos Caleb Prado, João, Jonathan do Valle, Leonardo Machado, João Vitor Teixeira, Lucas do Carmo e Luiz Fellipe Portilho se engajaram fortemente no projeto. João relatou o impacto emocional ao conhecer a história dos criadores da cadeira: “Ver o quanto a Julietti transformou a vida daquela mulher nos deu ainda mais vontade de fazer tudo com excelência. Foi emocionante.”
Jonathan destacou como o projeto ampliou sua percepção sobre inclusão: “Muitas vezes a gente não percebe que um simples detalhe, como a altura de um muro, pode impedir alguém de ver os animais. Isso muda completamente a experiência. E agora, com a Julietti, essa barreira começa a ser quebrada.”
A Prefeitura já iniciou a implementação do projeto. A ideia é permitir o agendamento do uso da cadeira em espaços como o zoológico, o parque aquático da Ilha São João e outras áreas públicas. O material gráfico criado pelas alunas do curso de Design, Luana Pereira, Brígida Regnier e Kamini Villas-Bôas, sob a orientação dos professores, Aline Botelho e Bruno Correa será impresso em banners e folders, além de materiais para as redes sociais, além de serem disponibilizado por QR codes.
Mais do que uma proposta acadêmica, o projeto se tornou um instrumento de cidadania. “Foi muito mais do que um trabalho de sala de aula. É um projeto com peso social, que mostra o potencial da Educação Física em promover inclusão e dignidade”, afirmou Caleb.
Os estudantes também reforçam que a ação pode inspirar outras cidades a adotarem iniciativas semelhantes. “O que fizemos aqui pode servir de modelo. A acessibilidade não deve ser vista como uma obrigação, mas como um compromisso com a dignidade humana”, completou Jonathan.
Com projetos como esse, o UniFOA reafirma seu compromisso com uma educação que transforma, dentro e fora da sala de aula.
