Dengue: especialista do UniFOA alerta sobre o perigo de alguns medicamentos 

dengue

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda que registrou mais de 2,6 milhões de casos e causou mais de mil mortes no país, somente nas primeiras treze semanas deste ano. Essas taxas, consideradas inéditas, foram divulgadas pelo Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde no início desta semana e, devido ao alto número de infecções, o governo do Estado do Rio de Janeiro decretou situação de epidemia no estado.  

No entanto, a preocupação não é apenas com a eliminação dos possíveis focos do mosquito transmissor da doença. Aqueles que foram infectados ou que estão com suspeita de terem adquirido a dengue, precisam tomar cuidado ao ingerir medicamentos para combater os sintomas, pois alguns remédios agravam o quadro da doença, podendo levar à morte do paciente.  

O professor e coordenador de Infectologia do curso de Medicina do Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), Luiz Henrique Sangenis, que também é médico infectologista da Fundação Oswaldo Cruz, alerta sobre o assunto, explicando que a dengue é uma doença que causa redução do número de plaquetas no sangue, que são as responsáveis pela coagulação sanguínea e agem para evitar sangramentos.  

“Alguns medicamentos como o ácido acetil salicílico (AAS) ou que tenha esse componente na fórmula, são contraindicados porque agem como antiagregantes plaquetários, reduzindo a atividade das plaquetas, o que pode aumentar o risco de sangramentos. Os anti-inflamatórios não esteroidais também são contraindicados, pois aumentam o risco de sangramento digestivo alto, como úlcera no duodeno ou estômago. E, ainda, os corticoides também devem ser evitados, igualmente pelo risco de sangramento digestivo”, descreveu.   

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Para que não haja perigo de confundir, o infectologista explicou quais os remédios que devem ser evitados:  

  • Analgésicos: ácido acetil salicílico (AAS), aspirina e doril.
  • Anti-inflamatórios: diclofenaco, cataflam, biofenac, dorflex, ibuprofeno, advil, nimesulida, naproxeno, piroxicam, tenoxicam e tilatil.
  • Corticoides: metilprednisolona, predsim, prednisona e dexametasona.

De acordo com o especialista, uma dose desses fármacos pode não ser fator de risco importante, pois raramente pode causar alguma complicação. Na maioria dos casos, esse perigo aumenta com o uso contínuo. Por exemplo, se estiver em uso, o medicamento deve ser descontinuado, mas sempre com avaliação do médico, principalmente em casos de pacientes com doenças crônicas que o utilizam regularmente.  

“Os remédios em doses habituais geralmente não trazem riscos, mas a dosagem alta de ácido acetil salicílico pode ser perigosa, pelo maior risco de sangramento. Em caso de dengue, são recomendados analgésicos e antitérmicos como a dipirona e o paracetamol, que não apresentam ameaças de sangramento e nem interferem no metabolismo das plaquetas”, aconselhou Luiz Henrique. 

Mas não se esqueça: quem vai oferecer a melhor opção de acordo com características do indivíduo é o médico. Não deixe de pedir orientação a um especialista antes de consumir qualquer medicamento. 

 

A dengue e os sintomas  

 Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, os sintomas da dengue são os mesmos em diversos tipos da doença -1, 2, 3 e 4. Os principais são febre alta (acima de 38 graus); dor no corpo e articulações; náuseas e vômitos, dor atrás dos olhos; mal-estar; falta de apetite; dor de cabeça; manchas vermelhas no corpo. 

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Embora haja tendência de queda, o número de casos prováveis ainda é considerado elevado pelos técnicos e especialistas da Secretaria de Saúde que monitoram o quadro em 92 municípios. No estado do Rio de Janeiro, até o dia 28 de março, havia registros de 186.624 casos prováveis de dengue e 91 óbitos confirmados no estado. A taxa de incidência está em 1.162 casos para 100 mil habitantes.

A orientação para quem foi diagnosticado com a infecção é repousar, ingerir bastante líquido e não tomar medicamentos por conta própria. “O mais importante em dengue é a hidratação, mas todos os casos suspeitos devem ser avaliados por médico para fazer o estadiamento e prescrever o tratamento mais adequado”, finalizou o infectologista. 

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Luciana Pereira Pacheco Werneck

Especialização em Gerenciamento de Projetos
Data de admissão: 01/02/2018
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