Na última quarta-feira (21), o Centro Histórico-Cultural Dauro Aragão, localizado no Campus Olezio Galotti do UniFOA, foi palco de um importante debate sobre os efeitos dos microplásticos na saúde humana. O evento, realizado pelas Ligas Acadêmicas de Nutrição – LASAN (Segurança Alimentar e Nutricional) e LANMI (Nutrição Materno-Infantil) – trouxe como tema central “Microplásticos na Alimentação Humana: do aleitamento ao alimento” e contou com palestras da professora Márcia Bastos e do nutricionista Alden Neves.
A atividade atraiu estudantes de diversos períodos e gerou reflexões profundas sobre um problema ambiental que já ultrapassou as barreiras do planeta e adentrou silenciosamente o nosso organismo. Segundo dados do World Wildlife Fund (WWF), estima-se que uma pessoa possa ingerir, em média, até 5 gramas de microplásticos por semana, o equivalente ao peso de um cartão de crédito.
A professora Márcia Bastos, que conduz pesquisas sobre o tema em seu doutorado, compartilhou com os presentes descobertas recentes que revelam a presença dessas partículas microscópicas no leite materno e até mesmo no mecônio, as primeiras fezes dos recém-nascidos. “Durante o encontro, foram discutidas as possíveis vias de exposição, os riscos potenciais para o desenvolvimento infantil e a urgência de políticas públicas e mudanças nos hábitos de consumo para reduzir essa contaminação invisível, mas crescente”, explicou Márcia.
O coordenador do curso de Nutrição do UniFOA, Alden Neves, reforçou a relevância do tema para a formação dos alunos e para o papel social dos futuros profissionais da área. “Usando uma linguagem muito acessível, a professora Márcia trouxe dados alarmantes sobre a produção global de plástico, o impacto no meio ambiente para os próximos anos, e como essa quantidade enorme de plástico, ao se degradar, penetra em nossa cadeia alimentar, contaminando diversos alimentos animais e vegetais, e atingindo nossos corpos inclusive pela respiração e contato com a pele”, destacou Alden.
Ele ainda chamou atenção para a urgência de ações efetivas: “Resta saber quais impactos podem ocasionar à nossa saúde, para forçarmos os governos, indústrias e legisladores a assumir políticas de contenção de danos.”
Para Luiza Bianchi, estudante de Nutrição, participar do evento foi uma experiência enriquecedora. “Foi incrível acompanhar a palestra da professora Márcia, que é bem didática. O tema é extremamente pertinente e atual. O microplástico na alimentação é um problema mundial que precisa de toda nossa atenção e conhecimento”, afirmou. Luiza também destacou a importância dos encontros promovidos pelas ligas acadêmicas como espaços de aprendizado além da sala de aula, permitindo troca entre estudantes de diferentes períodos e contato com especialistas.
A abordagem adotada pelos palestrantes reforçou que os microplásticos não são mais apenas uma preocupação ambiental distante, mas uma ameaça concreta à saúde pública. Pesquisas recentes divulgadas pela revista Environmental Science & Technology revelam que microplásticos foram encontrados em 100% das amostras de placenta humana analisadas em um estudo italiano, um dado que escancara a profundidade do problema.
A presença dessas partículas no cotidiano humano exige uma reavaliação urgente dos hábitos de consumo e da produção industrial, especialmente no que diz respeito ao uso excessivo de plásticos descartáveis. “A palestra despertou grande interesse nos acadêmicos presentes, evidenciando a importância do tema na formação da saúde e nutrição”, concluiu a professora Márcia.
O evento foi mais uma iniciativa do UniFOA em promover a reflexão crítica e científica sobre temas emergentes, fortalecendo o compromisso da instituição com a formação integral dos seus estudantes e com a difusão de conhecimento relevante para a sociedade.







