A Tecnologia Assistiva é um conjunto de recursos, produtos, serviços e estratégias que têm como principal objetivo ampliar as habilidades funcionais de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, promovendo autonomia, inclusão social, educacional e profissional, além de contribuir significativamente para a qualidade de vida.
Segundo a Ata da VII Reunião do Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), realizada em dezembro de 2007 pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, foi aprovado o seguinte conceito de Tecnologia Assistiva (TA): “Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (CAT, 14 de dezembro de 2007)”
O impacto da Tecnologia Assistiva vai muito além da acessibilidade física: trata-se de assegurar o direito à participação plena em todas as esferas da sociedade. Por exemplo, um estudante com deficiência visual pode acessar conteúdos acadêmicos por meio de leitores de tela, como o NVDA ou o JAWS; já uma pessoa com paralisia pode se comunicar por meio de um software de comando ocular.
Ao viabilizar a superação de barreiras — sejam elas arquitetônicas, comunicacionais, educacionais ou tecnológicas — a Tecnologia Assistiva se torna um instrumento essencial para a inclusão e equidade. Mais do que ferramentas, ela representa dignidade, independência e o reconhecimento das potencialidades individuais.
Quais são os tipos de tecnologia assistiva?
A Tecnologia Assistiva é composta por diferentes categorias de recursos e dispositivos desenvolvidos para promover a autonomia, a participação e a inclusão de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A seguir, conheça as principais classificações:
Auxílios para mobilidade
Esses dispositivos ajudam na locomoção e na realização de atividades físicas de forma independente. São exemplos:
- Cadeiras de rodas adaptadas ou motorizadas;
- Andadores inteligentes com sensores e controle de estabilidade;
- Próteses de alta tecnologia, incluindo membros robóticos e controlados por sensores.
Esses equipamentos proporcionam maior liberdade de movimento e integração no ambiente físico.
Recursos para comunicação alternativa
Voltados para pessoas com dificuldades de fala, linguagem ou escrita, esses recursos permitem expressar ideias, necessidades e sentimentos:
- Softwares de comunicação alternativa, como o Livox;
- Pranchas de comunicação com símbolos ou pictogramas;
- Dispositivos de voz que sintetizam a fala a partir de comandos visuais ou táteis.
Essas soluções são fundamentais para o desenvolvimento educacional e social de pessoas com deficiências intelectuais, paralisia cerebral, autismo, entre outras condições.
Tecnologias para acesso à informação e à educação
Essas ferramentas ampliam o acesso a conteúdos escolares e digitais:
- Leitores de tela (como NVDA e JAWS), que transformam textos em áudio para pessoas cegas;
- Softwares de leitura e escrita voltados para pessoas com dislexia e outras dificuldades de aprendizagem;
- Tradutores de Libras, como o Hand Talk, que tornam conteúdos acessíveis à comunidade surda.
Adaptações no ambiente de trabalho e estudo
Adaptar o espaço físico e os dispositivos tecnológicos é essencial para garantir acessibilidade e conforto:
- Mobiliário adaptado, com mesas reguláveis e cadeiras de apoio postural;
- Teclado Braille, mouses ergonômicos e acionadores por voz;
- Softwares com recursos de acessibilidade digital, como ampliadores de tela, controle por voz e navegação alternativa. (Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência (ABRASTA))
Como a tecnologia assistiva transforma vidas?
Casos reais demonstram o impacto positivo da Tecnologia Assistiva na vida de estudantes e profissionais em todo o país:
- Estudantes com deficiência visual passaram a acessar conteúdos digitais com autonomia utilizando leitores de tela como o NVDA e o DOSVOX;
- Pessoas com paralisia cerebral encontraram no aplicativo Livox uma forma eficaz de se comunicar com colegas e professores;
- Alunos com TEA passaram a se comunicar em sala de aula com pranchas de comunicação e recursos visuais digitais;
- Instituições como o Instituto Rodrigo Mendes capacitam educadores e disseminam práticas de inclusão com tecnologias assistivas, impactando milhões de estudantes.
Esses exemplos comprovam que a Tecnologia Assistiva é mais do que uma ferramenta — é uma ponte para a transformação social e educacional. (Ministério da Gestão e da Inovação em serviços Públicos)
Conclusão
A tecnologia assistiva representa um passo concreto em direção à inclusão, à equidade e à dignidade. Seu uso em ambientes educacionais, profissionais e sociais garante que pessoas com diferentes capacidades possam viver com autonomia, acessar oportunidades e realizar plenamente seu potencial. Para que esse cenário se amplie, é essencial incentivar políticas públicas voltadas para o desenvolvimento de tecnologias assistivas nacionais, ampliar a formação de professores e profissionais da educação sobre acessibilidade, investir em estruturas físicas e plataformas digitais acessíveis e, sobretudo, valorizar a diversidade como um valor institucional e social.
Ao integrar a tecnologia assistiva ao cotidiano, damos um passo fundamental para construir uma sociedade mais justa, inclusiva e humana — na qual todas as pessoas, independentemente de suas condições, tenham seus direitos respeitados e possam participar ativamente da vida em comunidade. Nesse contexto, o cuidado com o bem-estar físico, emocional e mental também é parte essencial do processo de inclusão. O UniFOA reconhece essa importância e oferece apoio institucional por meio de ações e iniciativas voltadas à saúde mental dos estudantes. Para saber mais, acesse o conteúdo completo sobre saúde mental e bem-estar no UniFOA.